5 lições de 5 anos de casado
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Bem vindo ao ABCDARIO!. Este é um newsletter semanal onde partilho ideas que me ajudam a agir de forma intencional e espero que também te ajudem a construir uma vida rica, saudável e de alto desempenho.
Resumo da edição
- No dia 22 de junho fiz 5 anos de casado com a minha esposa. Estive refletir sobre as 5 coisas que mais tiveram impacto no nosso bem estar.
- Tweet: O seu valor depende de onde está posicionado
- Inspiração: Sonhe com entusiasmo e coloque todo o teu esforço para atingir esse sonho.
A Edição de hoje é apresentada pelo Ruca
Quando mudei-me para o Canadá, tive de tirar uma nova carta de condução. Tive de começar todo o processo do zero, fazer o exame teórico, ter aulas práticas e por fim o exame prático.
A melhor parte desta vez é que para o exame teórico não precisava de ir à escola. Tinha só de marcar o exame teórico assim que estivesse pronto. Diferente da primeira vez que tirei a carta em Moçambique, não tive que andar atrás do meu instrutor e gastar dinheiro com cópias de exames passados. Utilizei uma aplicação que me ajudou a passar de primeira.
Essa experiência me fez pensar o quão fácil seria se tivesse uma aplicação igual quando tirei a carta em Moçambique. Felizmente para ti, existe uma aplicação igual e se chama Ruca.
O Ruca é a única aplicação Moçambicana que para além de oferecer todo material e exames que precisas para passar, permite-te estudar e praticar mesmo quando não tens internet.
Mas não deixe só a minha opinião te influenciar. Abaixo vai o que uma das utilizadores disse sobre o Ruca depois de estudar por 3 dias e passar o exame acertando 23/25 perguntas.
“A parte das multas e transgressões. Essa parte vem separada e é especialmente só para isso. Nos outros aplicativos não, tudo está junto.” - Marina
Se estás no processo de preparação ou conheces alguem que esta, baixe o Ruca e comece a preparacao grátis.
5 lições de 5 anos de casado
No dia 22 de junho de 2024, completei 5 anos de casado ao lado da mulher da minha vida. 5 anos depois, continuo com o mesmo otimismo que senti nesse dia tão feliz.
A vida que esperava ter, tornou-se ainda melhor. Mas não só cheia de felicidade mas também novos desafios e aprendizados. O dia-a-dia da nossa vida particular é extremamente complexo e diretamente ligado às nossas circunstâncias. Mas no meio dessa complexidade, encontrei 5 lições que pessoalmente aprendi e acho que tem sido útil para nós e gostaria de partilhar contigo.
1. O silêncio é o maior inimigo
Nos primeiros meses tudo parece um sonho, mas depois vem a realidade. Uma realidade em que os 2 se apercebem que são pessoas que cresceram com hábitos e costumes diferentes.
O foco muda e deixa de ser sobre as coisas que os 2 estão alinhados. O foco passa a ser sobre as micro interações do dia-a-dia. Nesse período, a tensão vai aumentar e consequentemente os momentos de frustração e desentendimentos também.
Desentendimentos e discussões não são divertidas para ninguém. E por esse motivo, sempre que a tensão mostra sinais de estar a aumentar, instintivamente criamos um mecanismo de defesa que simplesmente consiste em ficar em silêncio.
Esta ideia de ficar em silêncio parece inofensiva e ajuda no momento. Mas não se deixe enganar pois essa ajuda só funciona a curto prazo.
Apesar de ser desconfortável ter de falar e potencialmente iniciar uma nova discussão ou me colocar numa posição vulnerável, aprendi que é importante abraçar esse desconforto e tentar sempre falar.
É a partir dessas conversas que aprendemos além do que o tópico que é o foco da conversa. Aprendemos sobre como cada um de nós prefere falar, o que achamos ser um tom razoável e outras coisas que melhoraram a nossa convivência ao longo do tempo.
Ao longo do tempo estas conversas diminuíram, são menos turbulentas e objectivas. Acima de tudo centradas não no que cada lado acha que o outro quer mas nós que é melhor para os 2.
Uma anedota que ouvi enquanto escrevia isto foi a história de um casal que evitou falar sobre as decisões que tinham de tomar ao construir a sua nova casa. Eventualmente cada lado foi a construtora e pediu modificações sem o conhecimento do outro. No dia da entrega da casa todas as conversas desconfortáveis que foram evitadas vieram à tona quando se aperceberam que tinham uma casa totalmente disfuncional e com acabamentos completamente diferentes.
2. Transparência
Existem vários motivos para não ser transparente com todo o mundo. Um deles é o fato de que algumas pessoas querem usar as informações que adquiriram para encontrar e explorar alguma vulnerabilidade dentro de nós.
Na minha opinião e experiência, a pessoa com quem casei não encontra-se neste grupo.
Aprendi que por defeito ser transparente é o melhor. A escolha de ser transparente para mim inclui, os meus sentimentos, projectos, rendimentos, medos. Em outras palavras, tudo.
A prática de ser transparente nos permitiu remover o conceito de especulação e focar em resolver o problema de acordo com a informação que temos disponível. Se existe alguma dificuldade financeira, ao invés de especular que o outro esconde ou gasta mais dinheiro, a transparência sobre esse assunto permite saber o estado atual e os passos que foram levados até a situação que nos encontramos.
Como deves imaginar, não é algo confortável. Principalmente no início. Mas é algo que melhora ao longo do tempo. Principalmente depois de meses de praticar o hábito de falar sempre que for necessário. Uma pergunta que ajuda-nos sempre a pensar se precisamos melhorar nesse aspecto é: “Será que o meu parceiro/a tem a informação suficiente para tomar uma decisão similar numa situação que eu não esteja presente?”.
3. Somos duas pessoas, diferentes
Existe um campo que diz que os opostos se atraem. Outro diz que as pessoas que têm algo em comum se atraem. Não sei se concordo completamente com nenhuma das duas opiniões. Eu e a minha esposa não somos completamente o oposto e temos muitas coisas em comum. O que achei mais importante internalizar foi o facto de que: Somos 2 pessoas diferentes. O nível de oposição ou afinidade vai sempre mudar de acordo com as situações. O importante é aprender sobre essas diferentes perspectivas que um tem sobre o outro e decidir conversar sobre as que realmente fazem diferença.
4. Não existem proporções fixas do que um pode fazer pelo outro.
No que diz respeito a contribuição que um traz para todos os aspectos da vida, aprendi que não existe uma proporção definida. À medida que fomos aprendendo as 3 lições anteriores conseguimos nos comunicar melhor sobre quais são as necessidades que o outro tem e quem tem mais capacidade para dar mais ao outro dependendo da situação. Em alguns momentos a escala está a 10/100 e nesse caso um vai conseguir dar muito mais do que o outro. Às vezes a soma dos 2 está abaixo de 100. Nesses casos procuramos ver quais fatores externos podem estar a ter impacto nos 2 ao mesmo tempo e como podemos desligar-nos para permitir que possamos recarregar.
5. Assumir sempre a melhor das intenções .
Uma das lições que aprendi em 2015 que me fez mais sentido após me casar e a ideia de assumir sempre que a intenção era positiva.
Isto nem sempre significa que a pessoa tomou uma decisão de forma deliberada. Mas pode significar que os motivos que levaram a tomar a decisão tinha um certo motivo que não necessariamente resultaria em te fazer mal. Nas relações no geral essa é uma prática muito complicada de seguir mas no casamento aprendi que é uma das mais eficazes ao lidar com assuntos pequenos que surgem pela diferença da forma como eu e a minha esposa crescemos.
A partir do momento que começas a ver as coisas sem malícia, a conversa sobre como a coisa teve efeito em ti muda de tom. De um tom defensivo para um de entendimento e descoberta da real causa por detrás de um comportamento e como ajudar a corrigir.
Tweet
Encontrei a foto deste tweet no twitter e achei um conceito super interessante. De forma resumida o tweet diz que uma garrafa de água tem preços diferentes dependendo do lugar em que ela é vendida. No supermercado podem ser 100 meticais, mas no restaurante são mais caros a 1000 meticais. Achei interessante pois é um bom lembrete que às vezes o que apresentamos não é apreciado porque estamos a apresentar para as pessoas erradas.