Como parei de me estressar com decisões usando um modelo simples 🧢


Tempo de leitura 5 Minutos

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Resumo da edição

  • Tomar decisões é o que mais fazemos na vida. Eu ficava ansioso e paralisado sempre que tomava uma decisão até o dia que aprendi uma forma nova de olhar para o processo.
  • Uma frase sobre trabalho

Chapéu ou Corte de Cabelo? Um modelo Simples Para aprender a tomar decisões

Entre o momento em que abro os olhos pela manhã e o que fecho durante a noite, existe nesse espaço uma série de decisões que tenho que tomar. Algumas pequenas, como a cor da camiseta que vou vestir (já não visto só preto), outras grandes como a estratégia financeira para a minha família.

Independentemente do tamanho, é garantido que todos os dias terei que tomar certas decisões e na maior parte das vezes não tenho como escolher se são decisões grandes ou pequenas.

Por muito tempo, terminava o dia e pensava e me sentia cansado ou estressado mesmo nos dias em que aparentemente não tinha tido uma grande carga de trabalho. Numa das vezes em que me questionava o porquê de me sentir assim, por sorte me perguntei se tinha a ver com alguma decisão que tinha que tomar. E coincidentemente depois de tomar a decisão, comecei a sentir-me melhor.

Não sei se me senti bem por ter finalmente tomado a decisão, mas na altura apercebi-me que já tinha levado muito tempo a pensar na decisão que tinha que tomar (mais de 2 semanas) e deveria buscar formas de reduzir esse tempo.

Acredito muito na ideia de que o universo conspira a teu favor quando colocas algo na cabeça. E sem falhar, no momento em que comecei a pensar sobre este tópico, vi um post no Twitter que apresentou um modelo interessante para tomada de decisões.

A ideia é bem simples:

Existem 2 tipos de decisões: decisões que podem ser consideradas como chapéus e outras como um corte de cabelo.

Chapéus são fáceis de trocar. Se acharmos que um chapéu não combina com o estilo que pretendemos ou não serve para a ocasião, é fácil de tirar ou trocar. O custo que teríamos de pagar é minúsculo. Por exemplo, se achamos que devemos pôr um gorro porque o dia vai estar frio e o dia acaba ficando quente, podemos tirar o gorro e se não for possível, passar pelo custoso de transpirar a cabeça 😅

Por outro lado, cortes de cabelo tendem a ser mais difíceis de trocar. Se decidirmos fazer um certo corte de cabelo, o possível preço a pagar será maior. Para além de pagar pela vergonha e desconforto desse novo corte, teremos que pagar pelo tempo que o cabelo vai levar a voltar ao estado inicial e poder tomar uma outra decisão.

Isto não significa que temos que sempre tomar decisões que são consideradas chapéus. Como mencionei acima, infelizmente não temos a oportunidade de escolher todas as decisões que temos que tomar.

O primeiro ponto que achei super interessante sobre este modelo é que, independentemente do tipo de decisão que for tomada, a não ser que resulte em morte ou outra situação que nos incapacite, sempre existe um caminho de volta. A única diferença entre os dois é o preço que temos que pagar e o tempo que temos que esperar até poder tomar outra decisão.

O segundo ponto é que me apercebi que o que demora a tomada de decisão é o facto de por algum motivo sempre acharmos que as decisões são cortes de cabelo, quando na verdade poucas são.

Ok, vamos a um exemplo prático. Imagina que temos uma viagem, sabemos a data e só precisamos finalizar o plano comprando as passagens e marcar a acomodação. Pessoalmente, levo semanas ou até meses para completar este último passo porque acho sempre que vou conseguir encontrar um negócio mais barato e poupar dinheiro. E achando que vou poupar dinheiro, foco-me em todas as coisas imaginárias que posso fazer com esses ganhos e esqueço de considerar todas as opções.

A minha mente transforma-se numa máquina que leva horas por dia a ver sites de viagem e com esse processo na cabeça porque acredito que a passagem mais barata vai aparecer.

No modelo acima, isto seria equivalente a sentir calor e assumir que a única solução é procurar cortes de cabelo porque só cortando o cabelo nos sentiríamos mais frescos.

A forma certa de usar o modelo nesta situação seria considerar 1 ou 3 fatores importantes para a tomada de decisão e imaginar como otimizar para cada um deles se encaixaria na situação.

Por exemplo:

  • Se o fator é dinheiro, comprar uma passagem que compromete as tuas contas de forma significativa está mais para um corte de cabelo do que um chapéu.
  • Se o fator é flexibilidade: comprar uma passagem mais cara e flexível torna o fator sobre dinheiro um chapéu. Comprar uma passagem mais barata torna-se um corte de cabelo se acontece algo e tens que mudar os teus planos (algo comum nos tempos de COVID onde as regras mudam rápido, ou se viajas com crianças).

Depois de identificar os fatores e o tipo de decisão, o passo a seguir é tomar a decisão o mais rápido possível e evitar que este processo fique a correr na cabeça ou no coração.

Aqui vai um outro exemplo sobre uma pergunta que recebo muito: "Gostaria de mudar de país mas tenho medo de recomeçar." Dependendo do teu perfil, esta decisão pode ser um chapéu ou pode ser um corte de cabelo.

Se és jovem, solteiro, a começar ou terminar a faculdade, esta decisão é um chapéu. Se conseguires criar as condições (bolsa ou juntar dinheiro), podes ir continuar os estudos no sítio que queres e ter a experiência sobre como é. Se não der certo ou achares que o lugar não é o que esperavas, podes voltar no fim.

Se tens família, a decisão e opção de fazer o mesmo está lá, entretanto desta vez existem outros fatores mais importantes a considerar antes de poder experimentar. Se decidires ir com família, existem riscos, mas no fim sempre poderão voltar para casa e com uma aprendizagem.

Assim como qualquer outro tipo de habilidades, é preciso praticar. Pessoalmente, comecei com decisões pequenas e gradualmente fui aprendendo a utilizar para tomar decisões maiores.

Por fim, gostaria de deixar claro que utilizar este modelo não significa que todas as decisões que vais tomar vão estar certas. O modelo é muito mais prático se olhares pela perspetiva sobre formas como este pode te ajudar a minimizar o impacto que o processo de tomada de decisões tem no teu bem-estar.

O importante é continuar a tomar decisões o mais rápido possível, pois as janelas de oportunidade e o tempo que temos nesta terra é limitado.


Frase

“When you want to hurry something, that means you no longer care about it and want to get on to other things.”
Robert M. Pirsig, Zen and the Art of Motorcycle Maintenance

Tradução:
"Quando tens pressa em fazer algo, é sinal que já não te importas verdadeiramente com isso e só queres passar para outras coisas."- Robert M. Pirsig, Zen and the Art of Motorcycle Maintenance

O mais interessante desta frase é que ela é provocadora. Pois a partir do momento que começo a me perguntar porque estou a tentar correr com uma certa tarefa, automaticamente tento pensar qual é a outra coisa que estou a escolher para dar a minha atenção logo a seguir.

Em algumas vezes realmente preciso dar atenção a outra coisa, mas na maioria das vezes é só um impulso momentâneo. Independentemente do que seja, o maior benefício que tenho estado a colher é de que o trabalho atual não precisa ser mal feito. É aceitável parar, dar toda atenção a outra tarefa. Se a atenção voltar à tarefa inicial, que assim seja, desde que consiga garantir que faço o meu melhor.

Obrigado ❤️

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