Até quando vais deferir o teu plano de vida?
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Bem vindo ao ABCDARIO!. Este é um newsletter semanal onde partilho ideas que me ajudam a agir de forma intencional e espero que também te ajudem a construir uma vida rica, saudável e de alto desempenho.
Resumo da edição
- Todos temos a tendência de deferir os reais planos que temos para a nossa vida. Eu também tenho mas encontrei algumas perguntas que me ajudam a ter respostas sobre como diminuir essa tendência.
- O paradoxo da prática: O que vem primeiro? A prática do que gostamos ou o gosto porque praticamos?
- Tweet: A tua posição determina a perspectiva que tens sobre o problema.
- Inspiração: Nunca é muito tarde.
A Edição de hoje é apresentada pelo Ruca
Quando mudei-me para o Canadá, tive de tirar uma nova carta de condução. Tive de começar todo o processo do zero, fazer o exame teórico, ter aulas práticas e por fim o exame prático.
A melhor parte desta vez é que para o exame teórico não precisava de ir à escola. Tinha só de marcar o exame teórico assim que estivesse pronto. Diferente da primeira vez que tirei a carta em Moçambique, não tive que andar atrás do meu instrutor e gastar dinheiro com cópias de exames passados. Utilizei uma aplicação que me ajudou a passar de primeira.
Essa experiência me fez pensar o quão fácil seria se tivesse uma aplicação igual quando tirei a carta em Moçambique. Felizmente para ti, existe uma aplicação igual e se chama Ruca.
O Ruca é a única aplicação Moçambicana que para além de oferecer todo material e exames que precisas para passar, permite-te estudar e praticar mesmo quando não tens internet.
Mas não deixe só a minha opinião te influenciar. Abaixo vai o que uma das utilizadores disse sobre o Ruca depois de estudar por 3 dias e passar o exame acertando 23/25 perguntas.
“A parte das multas e transgressões. Essa parte vem separada e é especialmente só para isso. Nos outros aplicativos não, tudo está junto.” - Marina
Se estás no processo de preparação ou conheces alguem que esta, baixe o Ruca e comece a preparacao grátis.
Estas a deferir o teu plano de vida?
Estas no ano de 2014, especificamente nos últimos meses do ano. Estás a reflectir sobre os teus sonhos, objetivos e o que gostarias de fazer um dia. Durante esse período de lua de mel, prometes que o ano a seguir vai ser diferente.
Talvez o teu sonho era de criar um negócio, ou definir onde gostarias de trabalhar. Seja lá o que for, 10 anos depois tudo o que conseguiste fazer foi organizar coisas que precisas para poder depois fazer o que realmente gostarias de fazer.
Não estás sozinho. Eu também me encontro na mesma situação em algumas áreas da minha vida. Felizmente não todas, e tive a chance de poder pensar sobre formas de resolver este problemas em outras áreas.
Para mim, a promessa no fim do ano era ter um corpo fit no ano seguinte. Honestamente sempre achei que isso aumentaria a minha auto estima. Sendo Dezembro a época que mais se come, depois de fazer o plano sempre deferida até o fim das festas, depois de comer mais um chamuças ou pudim. Depois das festas, deferi de novo porque não tinha encontrado um bom gym, tempo, ou qualquer outra coisa que tinha que fazer antes de decidir seguir o meu objectivo.
Por outro lado, na mesma altura, no lado profissional tive a experiência oposta. Na altura que descobri como desenvolver aplicativos para celular, senti que era o que realmente queria fazer como carreira. Na altura tinha um bom emprego numa empresa de consultoria multinacional que para a idade que tinha pagava bem. Mas senti que algo não estava certo porque me sentia muito energizado e realizado a desenvolver o Moovi ( O aplicativo de cinema que criei na altura).
Alguns meses no emprego que tive, o meu instinto me levou a não deferir no plano que tinha de me tornar o melhor desenvolvedor de aplicativos. Diferente da minha experiência com o ginásio, não procurei condições que tinha que seguir. Apenas decidi falar com o meu chefe, pedir demissão e semana seguinte estava a aprender a cada dia o que precisava para melhorar.
Neste exemplo em específico dou muito crédito a minha família por me oferecer uma rede de segurança que me permitiu saber que sempre teria o que comer e onde dormir por um determinado tempo. Mesmo assim poderia ter arranjado vários motivos, na verdade até arranjei mas minha teimosia fez com que os ignorasse. Alguns motivos que passara:
- Eu preciso terminar o curso primeiro e depois vou poder focar a 100% no objetivo.
- Preciso fazer mais um curso para aprender um pouco mais sobre como desenvolver aplicativos e criar uma startup.
10 anos depois, sou grato por ter sido teimoso, ignorante, seguir o meu instinto e pela sorte que tive. Hoje em dia há algumas áreas da minha vida que ainda sinto que estou a referir à forma como gostaria de ver. Felizmente à medida que fui procurando melhorar essa tendência de deferir, encontrei algumas perguntas pela internet que tem me ajudado a gradualmente mudar o curso da minha vida para onde gostaria que fosse:
- Se eu tivesse todas as necessidades resolvidas e total controle do meu tempo, o que decidir fazer?
- Quais são as coisas que me impedem de começar a viver essa vida agora?
- Se tivesse que repetir este dia nos próximos 100 dias. A minha vida seria melhor ou pior?
A terceira pergunta é na minha opinião a mais tática pois sempre me oferece a oportunidade e o poder de mudar algo pequeno. Fazer pequenos ajustes que ao longo do tempo fazem muita diferença.
O paradoxo da prática
Há dias estava a assistir um podcast no youtube (podes assistir aqui) sobre como escrever bem. O convidado é um empreendedor que admiro muito. O podcast está cheio de joias sobre como escrever e gerir negócios, mas uma frase me chamou muita atenção e me pôs a pensar.
“Praticamos o que somos bons”
A ideia da frase é que temos a tendência de passar mais tempo praticando coisas que consideramos boas. Nos sentimos com energia e nos divertimos no processo. Mas existe um problema, para chegar ao ponto que nós consideramos bons temos que praticar. E praticar algo novo é difícil e às vezes chato.
A pergunta que naturalmente vem a seguir é sobre o que vem primeiro?
Na minha opinião, a prática vem primeiro. A nuance sobre como resolver este paradoxo está na abordagem que utilizo ao praticar.
Para coisas que me sinto atraído ou acho que gosto, tento praticar ao máximo até o momento que começo a sentir a fricção à medida que a dificuldade vai aumentando.
No momento que o entusiasmo desaparece ou para coisas que nunca tive o entusiasmo para começar, a abordagem consiste em dedicar no mínimo 15 minutos por dia até que comece a ganhar mais competência e eventualmente entusiasmo que por sua vez me leva a praticar mais e mais.
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Uma forma de descobrir novas soluções consiste em alterar a tua perspetiva. O que vês a 6 km é muito diferente do que vês a 6 metros. Muda o nível a partir do qual observas o problema. Diferentes perspetivas revelam soluções distintas. Sempre que estiveres bloqueado, tenta decompor as coisas ao seu nível fundamental.
- Shane Parish