O único motivo que precisas para fazer as coisas, no teu tempo e evitar o lugar onde vais morrer.


O único motivo que precisas para fazer as coisas.

Tempo de leitura 8 Minutos

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Resumo da edição

  • O único motivo que precisas para fazer as coisas.
  • Tweet: Só vai ser tarde para recomeçar se estiveres no relógio de outras pessoas.
  • Livro que estou a ler: Poor Charlie 's Almanack.
  • Conteúdo que achei interessante: Moz Pod entrevista com Ellputo

O único motivo que precisas para fazer as coisas.

O nosso maior inimigo está dentro de nós. Está sempre à procura de motivos que justifiquem o porquê temos de fazer uma certa coisa. Se este inimigo fosse sincero, seria uma mais valia. Infelizmente, na maioria das vezes está a procura de motivos com o objectivo de criar resistência que eventualmente vão nos impedir de agir.

Quantas vezes já deixaste de mostrar afecto a pessoas que realmente importam para ti porque não tinham um motivo? Quantas vezes deixaste de treinar ou começar um projeto que te interessa porque não tinham um motivo claro. Provavelmente várias.

Em algumas circunstâncias, o motivo para fazer algo vai ser claro. Mas nem sempre será assim.

Estive a pensar e cheguei a conclusão, existe um único motivo pelo qual devemos fazer algo. Esse motivo funciona sempre, nas situações em que não sabemos a razão pela qual devemos começar algo ou em situações que nos desconectamos com o motivo que inicialmente nos levou a fazer algo.

Em 10 semanas, vou abraçar o desafio físico mais difícil da minha vida. Decidi correr uma meia maratona. Mas como já tinha corrido uma no ano passado com o tempo final de 2 horas, decidi que este ano iria correr com o tempo de 1h e 44 minutos. Distraído a ler este newsletter ou com redes sociais, 16 minutos parece muito pouco. A correr a um certo passo. Hummm… a história é outra.

Quando comecei, decidi o tempo que iria terminar a corrida de forma aleatória. Achei que seria cool mostrar aos meus amigos que também correm o quanto melhorei. Achei também que seria um bom motivo para usar o treino para ficar fit. E achei que seria um bom desafio, bla bla, “sair da zona de conforto”, etc.

Qualquer que tenha sido a motivação naquele momento, funcionou e fez com que começasse a treinar. Tudo começou a mudar à medida que os treinos começaram a ficar mais difíceis, principalmente as que tinha de correr muito rápido (4:30min/km) por 10 minutos. A primeira vez que fiz o treino, literalmente deu-me a impressão de que o meu coração ia sair do peito.

Foi depois de terminar um destes treinos a alguns dias atrás que todos os motivos pelos quais achei que queria fazer a corrida no tempo que especifiquei não faziam sentido. Muitas coisas me passaram pela cabeça nos últimos segundos do bloco.

“Poucas pessoas correm, só fazer meia maratona já me torna cool”.

“Treinar para a corrida, por mais que não seja no tempo que define, com um pouco de disciplina em outras áreas(comida) poderia ficar fit.”

Em outras palavras cheguei a conclusão que todo o sofrimento que tive no bloco não seriam justificados pelos motivos que aparentemente me levaram a treinar.

À medida que a minha respiração ia voltando, lembrei-me que 2 dias antes tinha feito o mesmo treino. Na altura foi ainda pior, aos 5 minutos dos 10 eu já estava miserável. Mas nesta foi diferente, só me senti miserável aos 8 minutos e depois de terminar me senti forte. Nenhuma lesão, desconforto, nada.

Foi naquela euforia de ter feito um dos melhores treinos até então, que me apercebi que a única razão pela qual estava a tentar correr a aquele tempo era o fato de simplesmente PODER correr. Poder ter um coração e as pernas saudáveis para puxar-me a aquele motivo.

E foi profundo aperceber-me que esse é o único motivo que preciso porque no início do ano me encontrei numa situação oposta. Tinha escolhido fazer a meia maratona em Abril, mas tive um pequeno problema na perna que no início fez com que sequer pudesse andar, como deve ser muito menos fazer qualquer tipo de treino.

À medida que um dos sintomas foi melhorando, outro apareceu que me levou a fazer uma corrida de 10KM que pela primeira vez estava com medo porque comecei a corrida com a ideia de que não ia conseguir nem correr 5KM.

Olhando para trás me apercebi que tinha incorporado este mindset de forma inconsciente. Quando comecei a corrida decidi que a única coisa que podia fazer naquele momento era correr alguns quilômetros. À medida que a corrida foi avançando e o meu joelho começou a melhorar, senti que podia gradualmente aumentar o passo. E lembro-me vividamente o de dizer o seguinte ao meu amigo (Chris) pouco antes de passar o sétimo quilômetro da corrida:

“Está ali o pacer(a pessoa que marca o passo) de 55 minutos, o meu joelho parece estar a aguentar este passo, podemos aumentar o passo é procurar o próximo pacer”.

Interessantemente essa corrida foi o melhor tempo que fiz até então em 10KM.

Esta experiência me mostrou que usar o simples fato de decidir fazer algo porque posso é um motivo muito forte e resiliente. É um motivo que te permite remover o controle que circunstâncias externas ou outras pessoas têm sobre as variáveis que realmente importam para o que temos de fazer.

O treino para a meia maratona foi que me permitiu poder destilar essa ideia mas existem outras partes da vida que podem ser melhor pelo simples facto de podermos fazer algo. Hoje podemos ter a chance de dizer coisas boas e cuidar das pessoas próximas de nós, mas amanhã talvez não teremos a mesma sorte.


Tweet

Uma lição de vida que gostaria de ter aprendido mais cedo: Nunca é realmente “tarde demais”.
Sempre que pensei que fosse tarde, era na verdade muito cedo. - Sahil Bloom

Sempre tive um pouco de medo da ideia de chegar aos 30 anos. Boa parte desse medo foi pelo facto de ter crescido a ouvir e a ver pessoas a agirem como se o mundo acabasse depois dos 30. Agora com 31 sinto ainda mais animado pela nova década que estou a entrar e optimista que ainda existe muito tempo para fazer tudo que quero. Tempo para falhar, aprender, recomeçar e fazer muito mais do que tive a oportunidade de fazer nos primeiros 30 anos da minha vida.

Como disse, tinha um pouco de medo. A razão pela qual nunca sucumbi ao medo foi pelo exemplo que o meu pai sempre me deu. Aos 43, decidiu mudar para um país que não conhecia ninguém, anos 50 decidiu voltar à escola para fazer um mestrado e se tornar extremamente fit. Com vergonha, orgulho e inspiração, que digo que está muito mais fit que eu.

Para uns seria tarde e deixariam as outras pessoas e circunstâncias ditarem qual é o melhor tempo para ele. Ou pior que o tempo para ele fazer as coisas que faz ja tivesse passado.


Livro que estou a ler

Estou a ler um livro chamado Poor charlie 's Almanack. O livro compila histórias, cartas, palestras sobre Charlie Munger. Charlie é considerado um dos maiores investidores do mundo. Recentemente Charlie faleceu com 99 anos e uma fortuna de aproximadamente 2.6 Bilhões de Dólares. O impressionante sobre Charlie não é a fortuna, mas a filosofia e metodologia que ele utilizou para se manter disciplinado na forma de viver e criar essa fortuna ao longo de muitos anos.

Uma das frases do livro que me tem passado pela cabeça e a seguinte:

“Tudo o que quero saber é onde vou morrer, para garantir que nunca vou para lá” - Charlie Munger

Com esta frase, Charlie tenta passar a sabedoria da importância de saber o que não fazer., minimizar a chance de cometer erros que podem acabar com a nossa reputação, finanças ou em casos extremos a vida.


Conteúdo que achei interessante: Moz Pod entrevista com Ellputo

Ouvir Ellputo a falar e sempre interessante. A etica de trabalho, criatividade e o amor pelo que ele faz é sempre inspirador.

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